terça-feira, 28 de outubro de 2008



Quanto a mim, acredito que as ações sejam aquelas bem simples, cotidianas. Aqueles pequenos atos de dignidade como não chegar atrasado ao trabalho por preguiça ou descaso; aquele ato do fazer e do olhar cotidiano para o outro que realmente envolve amor e transformação nossa e do outro. Aquela atitude de indignação frente a um professor ou um funcionário que exerce qualquer função, por seu desleixo ou descaso quanto a sua obrigação. Acho que contribuir com o sonho humano é viver cotidianamente a busca deste sonho, é preocupar-se sempre em dar o melhor de si onde quer que estejamos e fazer o melhor, seja o que for. Estar presente aqui e agora, olhar o sonho humano como consequencia do nosso ato cotidiano acredito que é contribuir decisivamente na construção de um mundo melhor. Acho que olharmos para nos mesmos, vermos o que fazemos em nosso cotidiano criticamente, buscar integridade entre o que pensamos e o que fazemos é transformar todo o mundo que nos circunda. Ser a própria mudança, sentir-se crescendo a cada passo na construção do sonho humano é expor para o mundo ao redor a possibilidade. Ser uma metamorfose ambulante, buscar caminhos novos, alterar rotas, ser um mutante e mostrar que assim se vai sim, é o melhor meio de contribuir, acredito. Em toda nossa história, já está gravado que a mudança acontece externamente mas o palco interno é o mesmo. Quantas vezes já repetimos este refrão? Como diria Caetano Veloso "será que esta minha estúpida retórica terá que soar por mais zil anos?" Acredito que é na nossa prática cotidiana, no nosso alegre fazer cotidiano que podemos construir este sonho humano. Não é uma questão de retórica, é uma questão de atitude, de simplesmente ser o sonho, vivenciá-lo nas suas possibilidades, ser criativo. Não basta culpar o governo, o Estado, o partido de oposição, o outro. Isto é pouco, é pobre, é apenas uma parte. Ser a mudança, exercer o direito de viver o sonho humano, por mais que ainda precário, é um direito nosso. Tornar nosso ambiente de trabalho melhor é um direito nosso, viver agora da melhor forma possível é um direito nosso, praticar os primeiros degraus desse sonho é uma possibilidade, uma corajosa possibilidade. Vamos ser, portanto, o sonho agora em construcão. Vamos fazer e ser o possível, não vamos simplesmente sonhar e deixar-nos vagar por ai em um mundo vazio e sem sentido, não vamos ser esquizofrênicos, divididos entre o ser e o estar. Vamos juntar as partes, ser um só, uma só realidade, o sonho em construção. A cabeça, os membros, o corpo todo em um só ato, o ato da transformação, da criação, da vivência de uma nossa possibilidade, de uma nova realidade. Inverter o olhar, olhar para o aqui e agora, aliás nem olhar, ser o aqui e o agora. Projetar e executar ao mesmo tempo, ser o escritor e o livro, o sonho e o ato. Navegar é preciso dizia o poeta, viver não é preciso. E eu cá com meus botões digo sim ao poeta que escreve em vida que navegar é preciso. E talvez seja mais que preciso. Talvez seja uma necessidade urgente, uma construção humana urgente. Necessário dizer chega de jogarmos para o futuro as possibilidades de vida inteligente. Sejamos inteligentes agora, aqui, neste pequeno rincão que é Seabra, nesta pequena escola que é o Letice ou o Ivani Oliveira. Sejamos inteligentes transformando para melhor porque sonhamos com o melhor, porque queremos o melhor, porque somos melhores. A cada dia a cada passo, refletindo sempre, meditando sempre, acreditando na possibilidade, sendo esta possibilidade, se unindo no sonho, sendo o alicerce deste sonho, dando a vida pelo sonho porque ele é a viagem, a navegação dita pelo poeta. Viver não é preciso, aliás é estorvo, um mal, um atavismo que se inscrustou nas estruturas internas da psique humana e dilacera a alma. Navegar é preciso, viver não é preciso. Mudar o mundo não é retórica, é possibilidade, envolve ação, desejo de viver plenamente o que se é, gôsto por si desvendar, e gostar de alegria e folia. Tantos professores que se "puxam" em seu cotidiano, nem um riso, nem um gesto de criatividade, nenhuma vontade própria, nenhum fazer livre de pressão, nenhuma demonstração de amor pela vida, nenhum agradecimento. Apenas a aposentadoria, apenas o ato final, o da despedida, sem ter nada a dizer a não ser um rancoroso adeus por tanto tempo perdido. E não são só os professores, mas profissionais de todas as especialidades. Como fazer para contribuir para que o sonho humano aconteça? Tão fácil, tão simples. Apenas um ardente desejo de viver a vida com o olhar de uma criança. Apenas o ardente desejo de ser mais feliz, de agradecer por tudo, pelo mundo vasto e belo. Uma vez John Lennon disse: você pode dizer que eu sou um sonhador, mas eu não sou o único, espero que algum dia você se junte a nós e o mundo será este sonho. Tudo depende do gesto, do olhar correto para a direção certa e a direção correta é o nosso interior. O que estou fazendo? Estou feliz com o que faço? são perguntas fundamentais para tornar o sonho realidade

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Tempos de renovação


Na nau dos insensatos existem muitos aquarianos de coração. O mundo está em uma profunda mudança, só não vê quem é cego. O mundo está girando a uma velocidade sem precedentes. Nínguém mais tem a verdade, ela se dissipa no horizonte das incertezas. Estamos vivendo um novo "Renascimento", um momento de profundas mudanças de paradigmas. Nova forma de se pensar o mundo, de se colocar no mundo. Milhões não estão entendendo nada e se encontram perdidos neste amálgama de idéias e apelam para velhos padrões na esperança de encontrar conforto e chão onde pisar, não entendem que o velho está dando lugar para o novo que é necessário que o velho morra para o novo nascer. E ele nascerá como sempre fez, trazendo novas esperanças, novos sonhos, novas possibilidades para uma raça toda especial que está apenas no início de sua jornada rumo a felicidade. Nós ainda teremos paz e sabedoria nesta terra dos homens.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Uma resposta a um amigo




Geralmente se ouve dizer: aos políticos a política; aos espiritualistas as coisas do espírito. Porém, nada mais enganosa que esta afirmação. O ser humano não é dividido em departamentos, ele é tanto o céu quanto a terra; matéria e pensamento; abstrato e concreto; vida e morte; o agora e o sempre.
Infelizmente, no decorrer de nossa história, fragmentamos nosso ser e passamos a nos comportar como se fossemos seres ou apenas dos céus (e então os espiritualistas se escondem nas montanhas), ou apenas da terra (e nos transformamos em acumuladores frenéticos de bens materiais, como que viciados no verbo ter).
É preciso que compreendamos, que o caminho é para a unidade e que a espiritualidade que tanto buscamos indo aos mosteiros, fazendo yoga, meditação, etc, não está em discordância com questões concernentes a melhora do padrão de vida social, o que implica dizer que não está fora da batalha da discussão sociológica por uma comunidade mais justa e igualitária, mas muito ao contrário, nosso aprimoramento espiritual está intrinsecamente vinculado a melhora da qualidade material de toda a sociedade humana o que corresponde ao grande plano cósmico evolucionário do espírito.

Gurdjief - Abra os olhos

Acorde, abra os olhos, ouça, cheire, sinta, prove, toque, viva.Você não pode passar sua vida dormindo. Ao seu redor, trabalhando incessantemente estão as forças que geram e sustentam sua vida. Como você pode ser cego a estas grandes forças, como pode perambular pela vida num sonho, como o tolo da carta de tarot, que está tão mergulhado no sono que nem mesmo sabe que está perdendo suas calças?A cada hora do dia, o drama cósmico se desenrola diante de você. Uma interminável série de transformações acontece diante de seus olhos, as sementes se transformam em plantas, as flores em frutos, as plantas em animais, o lixo em solo. Cada planta, cada animal, as nuvens, o sol, o oceano podem contar estórias sobre si mesmo, se você quiser ouvir. Parando de sonhar e despertando, você virá a ser aquilo que se imagina que o homem seja; os olhos e os ouvidos de Deus, ou se prefere, uma parte da consciência do cosmos.

Pesquisa científicas comprovam importância da meditação



Os resultados de mais de 600 pesquisas científicas sobre os efeitos da “Meditação” realizadas em mais de 30 países nos melhores Institutos de Pesquisas da Europa e EUA, tais como, Science, Scientific American, The Journal of Physiology podem ser sintetizados da seguinte forma:

Fisiológicos:
Produz sistematicamente ondas de baixa freqüência e sincronicidade cerebral. Redução da taxa metabólica e um estado de relaxamento profundo que rejuvenesce e normaliza o funcionamento do sistema nervoso e imunológico. Promove o controle da Hipertensão Arterial e a redução, em até 87,3%, das doenças do coração.

Psicológicos:
Redução da ansiedade, nervosismo, agressividade, inibição, depressão e Irritabilidade, promovendo maior estabilidade emocional, autoconfiança, energia, criatividade, espontaneidade e a redução de todas as doenças de origem psicossomáticas.

Sociológicas:
Aumento de satisfação e desempenho com mais estabilidade e eficiência, melhora a qualidade do relacionamento entre colegas de trabalho, com os superiores e na família, promovendo relações interpessoais mais sólidas e agradáveis.

sábado, 11 de outubro de 2008


É de manhã, seis horas. Acordei. Os pensamentos ainda vêm à cabeça de forma lenta e imprecisa. Ainda estou me desvencilhando do relaxamento provocado pela noite de sono. Estirando o corpo, espreguiçando. Neste momento, vou lentamente me levantando e indo para algum espaço de casa onde possa sentar-me confortavelmente, de preferência sobre uma almofada. Coloco uma música bem suave e com volume baixo em meu aparelho de som, fecho os olhos e passo a ser observador de mim mesmo. Agora vou observar o maravilhoso silêncio interno que reside em mim.
Começo observando os batimentos cardíacos. A quantas anda meu coração? Sinto o meu coração. Depois vou percebendo a respiração: o ar penetrando pelas narinas, preenchendo os pulmões e saindo novamente, bem docemente. Depois procuro sentir os pés e as plantas dos pés; será que elas estão bem? Depois as pernas, a parte interna das pernas; estarão elas tensas? As coxas, os músculos das coxas; como os sinto? O abdômen, sinto relaxando; o tórax, o quanto ele pode estar tenso ou não; a garganta: estará ela arranhada ou não? Os ombros, estes carregam um enorme peso; estarão tensos? (normalmente os ombros guardam muita tensão); os braços, solto-os, deixo-os bem a vontade; as mãos, afrouxo as mãos; os dedos das mãos, relaxo-os bem; e por fim a cabeça, sinto-a bem leve e tranqüila. Tudo isto sem esquecer da respiração. A música me conduz. A atenção e o relaxamento simultaneamente sempre presentes em mim. Neste momento não mantenho nenhuma preocupação. As imagens vêm a mente, os pensamentos também vem, permito-os chegar e permito-os irem embora. Não me fixo em nada. Muitas imagens e pensamentos virão. Deixo-os vir e deixo-os partir. Em certos momentos, sinto o silêncio, o profundo silêncio que existe bem dentro de mim, uma enorme paz e uma sensação de que sou uma pequena parte deste todo da criação, uma pequena partícula, mas uma partícula da maior importância porque é parte integrante de todas as coisas vivas que habitam este planeta, um só corpo, irmanado dentro de um mesmo divino projeto da criação.
Faço isto durante uns 15 a 20 minutos todos os dias e sinto uma qualidade nova brotando no meu ser, uma mudança na vida, uma nova alegria de estar vivo a partilhar a beleza da criação com todos os outros seres que habitam este nosso belo planeta. Obrigado Osho, por ter me mostrado isto.