terça-feira, 26 de janeiro de 2010

A certeza, a escolha e a dúvida

Buda estava reunido com seus discípulos certa manhã, quando um homem se aproximou:
- Existe Deus?- perguntou.
- Existe - respondeu Buda.
Depois do almoço aproximou-se outro homem.
- Existe Deus? - quis saber.
- Não, não existe - disse Buda.
No final da tarde, um terceiro homem fez a mesma pergunta:
- Existe Deus?
- Você terá que decidir - respondeu Buda.
Assim que o homem foi embora, um discípulo comentou, revoltado:
- Mestre, que absurdo! Como o Sr. dá respostas diferentes para a mesma pergunta?
- Porque são pessoas diferentes, e cada uma chegará a Deus por seu próprio caminho. O primeiro acreditará em minha palavra. O segundo fará tudo para provar que eu estou errado. E o terceiro só acredita naquilo que é capaz de escolher por si mesmo.

EU QUERO TRANSFORMAR O MUNDO

Já ouvi muitas vezes pessoas me perguntarem ou afirmarem, em tom irônico, a partir de ouvirem minhas convicções políticas, científicas ou filosóficas se eu quero mudar o mundo. Minha resposta é e sempre será que sim. Sim, eu quero transformar o mundo. E não só quero, eu efetivamente o transformo.
Penso que a maioria das pessoas também querem, mas no entanto, não acreditam nem por um instante sequer que assim o podem fazer. Não percebem que historicamente o mundo vem mudando e quem o muda é a ação humana. É a ação cotidiana de cada um que o transforma ou o mantém do jeito que está.
Karl Marx nos ensina que é o desenvolvimento das forças produtivas que impõe as transformações sociais e que a luta de classes é o motor destas transformações. Em um dado momento, as forças produtivas sociais se vêem impedidas de se desenvolverem devido às relações sociais que se verificam no interior do processo produtivo, pois estas obstaculizam este desenvolvimento. E por isso isto fazemos mudanças sociais.
Isto significa dizer que durante toda nossa história viemos evoluindo mas que esta evolução independe de nossa própria vontade, é uma lei do desenvolvimento social. Ainda segundo Marx, o comunismo seria uma conseqüência natural do desenvolvimento social e este seria uma etapa mais avançada do nosso processo de humanização.
Pois bem, a União Soviética se mostrou um fracasso e todos os países comunistas fracassaram no seu intento. Qual o grande erro não visualizado por Marx?
A mim parece que uma mudança com a extensão que Marx preconizava, necessitava também de uma transformação humana em profundidade. E profundidade para mim significa assumir toda e qualquer responsabilidade por tudo, absolutamente tudo, que acontece a nossa vida pessoal e em nosso meio social. O mundo não é assim como está por um acaso qualquer, mas porque nós, seres humanos, ainda nos arrastamos na inconsciência de nossos atos. Ainda não percebemos que fazemos parte de uma cadeia organicamente constituída onde cada folha que cai de uma árvore, produz mudanças na grande teia da vida, embora sejam estas mudanças imperceptíveis para nossos olhos despreparados. Ainda vivemos na ignorância da separatividade pensando que somos seres individualizados e que nossos atos são isolados e não se refletem na cadeia planetária e universal. Apesar da dialética nos ensinar que tudo se relaciona e termos hoje a prova científica de um universo sistêmico, isto é, constituído de vários sistemas interdependentes, continuamos a ignorar este postulado e recusamo-nos a caminhar em direção a uma vida mais saudável, mais racional, mais equilibrada e mais consciente.
Sim, nós podemos transformar o mundo, mas para isso é preciso que cresçamos em propósito, que cresçamos em consciência, que de fato acreditemos nesta possibilidade de mudarmos nossa própria vida agora, neste instante, subvertendo valores retrógrados que não mais correspondem a uma era plena de amor como a que se avizinha. Ë preciso que compreendamos que o nosso mundo individual, nosso mundo interno, a forma como sentimos o mundo, determina de certa maneira, o mundo exterior. Ë preciso, em outras palavras, vivenciar o amor para que ele efetivamente exista ao nosso redor. E somente através desta vivência, através de muitas vivências positivas, poderemos ter um mundo completamente novo. Simplesmente acredite nesta possibilidade e veja o que acontece.

sábado, 23 de janeiro de 2010

NOSSA HISTÓRIA

Um planeta é um enorme corpo celeste, um corpo que existe no espaço sideral povoado de milhares de outros corpos celestes.
Entre tantos, existe um planeta peculiar chamado terra onde vivem milhares de espécies diferentes e dentre estas espécies, uma chamada humana. Uma espécie muito particular que se desenvolveu em vários lugares deste planeta criando por isso uma enorme diversidade cultural, uma história diferenciada. História esta cuja expansão individual de cada etnia que se formou, cruzou-se com outras etnias e outras culturas gerando um enorme drama, uma trama existencial tipicamente humana cheia de guerras, desejos, cheia de amor e de ódio.
Os diferentes povos se encontraram, trocaram, comercializaram, aprenderam uns os costumes dos outros, assimilaram, enriqueceram-se culturalmente, sofisticaram-se.
Algumas etnias simplesmente deixaram de existir, foram exterminados ou transformadas a partir do processo de miscigenação.
Algumas se dedicaram a desenvolver armas para a caça e o combate em um meio ambiente hostil, outros se dedicaram a agricultura desenvolvendo a arte de cultivar e arar o solo, outros se dedicaram mais as artes e ciências e outros ainda ao comércio e a navegação.
Surgiram muitos homens especiais chamados magos, bruxos, xamãs, videntes e profetas que anunciaram novos tempos e criaram religiões, que temeram e adoraram deuses os mais diversos que através dos homens, lutaram e guerrearam entre si.
Houve amores e paixões, traições e ambições que devastaram impérios e arruinaram povos, por vezes levando-os a extinção.
Nasceram líderes, que conduziram seus liderados, por vezes, a vitória e a glória e por outras a derrota e a destruição.
O fato é que todos em seu conjunto, construíram e até agora constroem, uma história que não se sabe para onde vai, qual o nosso destino, o que realmente queremos.
Este cruzamento de etnias chama-se história humana, e é esta história, que se desenvolve neste corpo celeste chamado terra, que se desenvolve aqui e agora, que tentamos compreender para assim podermos decifrar a nós mesmos hoje, para podermos alterar, caso assim o desejemos, os perigosos rumos que estamos tomando.
Por que foi desta forma e não de outra forma que se deu esta nossa história?
Será que realmente está em nossas mãos a possibilidade de alterar nossa história enquanto raça humana?
Muitas são as perguntas que ainda temos de responder.
E isto é uma questão de sobrevivência.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Palavras

Certas palavras saem da boca, desordenadas, taxando e espezinhando a alma de quem fala.
Palavras são vãs, saem pelo fluxo da respiração, por vezes calmas e arredondadas, por vezes ferozes e pontiagudas.
Dependem apenas do fluxo da respiração.
Saem da emoção, do momento. Traduzem sentimentos diversos, passageiros, como passageiro é o momento em que são ditas.

Sob o influxo da situação vivida, frases são ditas sem exatidão, o gesto é realizado sem a certeza de si mesmo. E cai em desgosto, posto que forte demais.
Os mecanismos de análise, o cérebro, os conceitos, a moral, tudo é secundário quando o ímpeto juvenil desanda a produzir gestos “manietados” pelo fluxo constante e feroz dos sentimentos.

E as palavras são vãs. Dissolvem-se no ar.
E é bom que assim seja. Não importa que sejam falsas ou verdadeiras.

Os sentimentos não são bons aliados das melhores palavras.
Tenham, portanto, compaixão por alguém que fala apenas pela boca e solta palavras que sentimos soltas no ar.

Firdauz

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

A Ética no poder público

Lula está no centro das discussões políticas atuais. Terá ele sido "o cara", como disse o presidente dos Estados Unidos da América do Norte?
Não se pode simplesmente virar a cara e fazer de conta que nada mudou neste país. Mudou. E mudou muito e continua mudando em alta velocidade atrapalhada por práticas políticas atávicas.
Sim, Lula fez muito por este país. A melhora, ainda que pequena, das condições de vida da população é notória e qualquer pesquisa econômica assim demonstra. Em seu governo ampliou-se a participação política dos cidadãos nas demandas sociais e em questões relativas a educação, muito foi realizado. Não se trata portanto, de apenas denegrir a imagem do presidente como se não tivesse feito nada por este país. No entanto, gostaria de reportar sobre algo que em seu governo foi de um mal sem precedentes e que o mundo todo para continuar existindo precisa urgentemente: a ética pública. Foi, é e está sendo escandalosa a falta de ética dos servidores públicos brasileiros e pricipalmente daqueles que dirigem esse país, fazem as leis e julgam os atos que vão de encontro a legalidade. Durante esse governo, os três poderes da república foram os protagonistas dos mais escandalosos atos aéticos de que se tem notícia e ninguém foi condenado a pagar por seus atos de ilegalidade. O exemplo de mau trato da coisa pública partiu de cima, do centro do poder e espalhou-se pela nação inteira chegando e fazendo estragos indeléveis nas almas juvenis que despertam para a participação social. O que está sendo deixado por este período negro para o comportamento ético é que roubar e agir sem levar em conta o social faz bem para a conta bancária do infrator e para a manutenção do poder.
Este saldo negativo do governo vai precisar de gerações para ser reparado e eu espero que o novo governo que se avizinha, e que espero seja de Marina, tenha em conta este saldo e faça o que é necessário fazer para amenizar a dor que tanto causou e causa a falta de ética no poder público.

De volta à Seabra

Estive de férias em Salvador. Muito bom visitar certos lugares onde se pode ver e ouvir coisas diferentes daquilo que nos é usual. Ir à praia por exemplo é fundamental. Visitar a "Ilha de Itaparica" é outro programa muito gratificante. O espírito se renova, fazendo limpeza interna e nos deixando prontos para olhar mais um ano com criativiadade e persistência.
No entanto, salvador tornou-se aquela cidade grande pouco hospitaleira. Muita violência, abandono, destrato com o bem público, lixo nas ruas e tantos infortúnios individuais que nos pesa viver em local onde há tanta gente vivendo mal. Salvador é cidade linda, no entanto, os últimos gestores tem colocado seus interesses pessoais acima dos interesses da cidade abandonando-a a própria sorte. O pelourinho, lugar histórico da cidade está muito abandonado, praças e ruas entregues aos buracos que crescem, e o lixo, vamos encontrando exposto nas ruas por onde passamos. Infelizmente não está nada bom para os soteropolitamos. Espero que o próximo prefeito olhe a cidade com olhos mais trabalhadores.
E Seabra? É bom chegar e sentir este clima mais ameno da região. É bom ver as serras verdes que cercam a cidade, é bom saber dos amigos que estão por aqui fazendo seus cotidianos. Ouvir o som dos passarinhos, ir ao mercadinho comprar o pão da manhã e saber que começa mais um ano de atividades em prol da educação e da coletividade.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Salve mais um ano de renovação

Mais um ano que se foi e um novo adentra nossos espíritos sonhadores, esperançosos que o amanhã aconteça bem melhor do que aquele que passou. As desesperanças que estiveram presentes no ano de 2009 perdem sua força neste momento e uma chama nova invade nosso céu particular e enche de outras forças nossa crença em um novo rumo a ser dado pelo nosso passo. O sangue pulsa renovado, o olhar percebe novidades no horizonte e o ouvido capta novos sons que se aproximam falando de mudança e realização.
Somos realmente seres de primeira grandeza. De onde vem toda esta coisa que nos mantém vivos e fortes o suficiente para atuarmos e mudarmos o rumo da história? De onde vem essa energia impar que nos socorre nos momentos mais difíceis de nossa vida e de nossa história? Apesar de tudo, apesar da descrença, do desânimo, da falta de fôlego diante de tantas calamidades naturais e sociais, de tantas marcas que nos ficam por causa da ação de homens que vivem ainda em tão baixa faixa vibratória em nosso planeta, seguimos e mudamos a história; indiscutivelmente mudamos a história e vamos construindo um futuro que cabe a nós tornarmos belo e maravilhoso.
Durante o ano, choramos, rimos, escondemos o rosto, começamos histórias, terminamos outras, avançamos e também recuamos, gritamos em desespero e gargalhamos de felicidade, meditamos e refletimos sobre o que vai inexoravelmente passando, passando e passando. E o que nos sobra na virada do ano, no último segundo e no primeiro que se inicia e o brinde a uma nova força construtiva que vai preenchendo nossos corações e mentes até que um novo cançaso chegue e mais um ano se aproxime para a festa da renovação.
E eis o que precisamos a cada final de ano e começo de um novo: renovação.
Portanto, salve este ano que se inicia e viva a renovação.