terça-feira, 30 de março de 2010

Meditação

A meditação, uma prática milenar utilizada cotidianamente no Oriente, é cada vez mais reconhecida no Ocidente e cada vez mais respeitada, tanto nos meios científicos quanto médicos, como um instrumento que traz benefícios tanto físicos quanto emocionais para quem a pratica regularmente.
Pesquisas apontam que a pessoa que pratica meditação, possue maior resistência às doenças, desenvolve maior autocontrole, aumenta a auto-estima, melhora a capacidade da memória, intensifica a inteligência aumentando a capacidade de aprendizagem, produz maior relaxamento físico, o que torna a pessoa mais tranqüila para enfrentar os desafios cotidianos, dá maior capacidade de discernimento para tomar decisões, enfim, produz uma série de benefícios tanto nos campos físico, quanto mental, emocional e espiritual.
Vários hospitais, hoje, introduzem técnicas da meditação diária para pacientes com diversos problemas entre os quais, os cardíacos e para situações pós-operatórias na qual o paciente precisa ficar em estado de relaxamento e repouso. Executivos de várias empresas, hoje, utilizam a meditação para permanecer em estado de alerta e centramento de que precisam para tomadas de decisões. Terapeutas de um modo geral utilizam a meditação como instrumento para obter progressos com seus clientes e cada vez mais, pessoas das mais diversas áreas praticam em suas casas ou centros, técnicas de meditação que ajudam a desenvolver maior capacidade para viver seu dia-a-dia com mais paz, harmonia e inteligência.
A tensão, proveniente da carga horária estafante do trabalho, em muito seria diminuída, senão extinta, caso a prática da meditação fizesse também parte do cotidiano daqueles cujo fazer diário é fonte de tensão e stress. A meditação hoje, portanto, não se restringe àqueles que seguem uma veia mística/espiritual, mas sim, a todos que desejam melhorar sua qualidade de vida, tanto no que se refere a melhora de sua produtividade no trabalho, quanto na sua vida diária.

domingo, 28 de março de 2010

A PAIXAO DE CRISTO ENCENADA NA PARAÍBA

Aconteceu numa cidadezinha lá nos confins da Paraíba!
O dono de um circo, em passagem pela cidade e sabendo quão religiosa era a comunidade,
resolveu encenar a PAIXÃO DE CRISTO na Sexta-Feira Santa.
O elenco foi escolhido dentre os moradores locais e, no papel principal - de Jesus Cristo –
colocaram o cara mais “gato” da cidade.
Os ensaios iam de vento em popa quando, às vésperas do evento, o dono do circo soube que o
“Jesus” estava de caso com sua mulher. Furioso, o homem deu-se conta que não podia fazer escândalo pois iria por a perder todo o trabalho e o investimento que fizera pra montar a peça.
Pensou, pensou...
Na véspera do espetáculo, comunicou ao elenco que iria participar fazendo o papel do CENTURIÃO !!!
- Mas como? - reclamaram todos!
- Você não ensaiou!
- Não é preciso ensaiar, porque centurião não fala! (Mesmo sem gostar, o elenco teve que aceitar, afinal,o cara era o dono do show).
Chegou o grande dia!
A cidade em peso compareceu. No momento mais solene, a platéia chorosa em profundo silêncio...
Jesus carregando a cruz... e o “centurião” começa a dar-lhe chicotadas...De verdade.
-Oxente, cabra, tá machucando!
Reclamou “Jesus”, em voz baixa.
- É pra dar mais veracidade à cena, devolveu o “centurião”. E tome mais chicotada... lept, lept,
o chicote comendo solto no lombo do infeliz..
Até que “Jesus” que já reclamara bastante, enfureceu-se de vez, largou a cruz no chão,
puxou uma PEIXEIRA e partiu pra cima do “centurião”:
_ “Vem, desgraçado! Vem cá que eu vou te ensinar a não bater num indefeso”!
O “centurião” correndo e “Jesus” com a peixeira correndo atrás e a platéia em delírio gritando:
“É isso aí! Fura ele, “Jesus”!
“Fura que aqui é a Paraíba, não é Jerusalém não !!! ”.

segunda-feira, 22 de março de 2010

DESÂNIMO

Estou tão desanimado
Tão cansado
Tão descrente
Principalmente quando olho
Para meus dessemelhantes
E vejo em seus olhos
Um aparelhinho de televisão

Vejo que as cores são superficiais
Vejo que a voz é impostada
Vejo que a vida é um se arrastar
Debruçado em algum item vendido
Pelos aparelhos de imagem e voz

E a vida vai rolando item atrás de item
Moda atrás de moda
Criadas num moto contínuo inexorável
A conduzi-los feito gado
Não,
Feito feras autoflageladas
Flagelando crianças que nascem livres

Feito uma favela cercada de repórteres
Por todos os lados
Anunciando, anunciando, anunciando
Ad infinitum.

E AGORA?

Agora
Apenas o canto dos pássaros
E o silvo do vento nas folhas das árvores
São os sons que escuto
No alto do lajedão

A casa toda de sombra
Espera a claridade
De tua presença

As pequenas plantas
Que com tanto zelo
Cultivastes
Penosamente
Sentindo meus parcos cuidados
Com dificuldade
Florescem!

ESPERANÇA

Mesmo que o dia escureça
Mesmo que o chumbo cubra meu céu
Mesmo que o peito se comprima em lágrimas
Ainda assim a esperança
Uma fagulha que seja
Permanecerá presa nas cavernas do coração.

Mesmo que o caminho desapareça sob os pés
Mesmo que os sentidos não consigam perceber
Mesmo que a alma se perca na escuridão
Ainda assim a presença de vida
Far-se-á sentir nos gemidos
Nascidos da alma ferida.

Mesmo que a ferida esteja aberta
Mesmo que a fenda no peito seja profunda
Mesmo que não haja mão amiga a vista
Ainda assim haverá o contato
Do que resta da alma
Afagando as chagas da dor

Mesmo que não tenha mais nada
Mesmo que tudo me seja saqueado
Mesmo que nem um banco de praça reste
Ainda assim lembrarei que tudo passa
Que a dor consome a si mesma
E a luz pode alcançar o ser

Mesmo que não haja mais possibilidade
Mesmo que não tenha mais solução
Mesmo que a vida esteja por um único fio
Ainda assim ela estará por um único fio
O suficiente para segurar
A estrela que brilha no céu.

E a luz se fará
E nós veremos um novo mundo novo
Renascido das cinzas
Bem de dentro de nós
De nossa própria dor.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Viva a Mulher

Por que se comemora 8 de Março como o dia internacional da mulher?

A resposta mais óbvia é que em 1910 durante a II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas na Dinamarca, uma resolução para a criação de uma data anual para a celebração dos direitos da mulher foi aprovada por mais de 100 representantes de 17 países. O objetivo era honrar as lutas femininas e assim obter suporte para instituir o sufrágio universal em diversas nações.

No entanto, para além dessa resposta de caráter histórico, existe também a necessidade de responder a questão dentro de uma abordagem evolucionária da espécie humana e que portanto diz respeito a todos nós interessados em traçar melhores rumos para nossa história. A questão colocada é a seguinte: não é mais possível haver evolução sem a inserção da experiência emocional/espiritual feminina no universo masculino.

Durante longos estágios de história, a presença masculina esteve sempre vinculada ao comando da sociedade, a manutenção material da espécie, seja quando éramos caçadores, seja quando conquistadores guerreiros, seja produzindo e construindo as condições materiais para dar suporte a vida humana, enquanto a mulher esteve mais voltada para a tarefa do criar e dar suporte espiritual e emocional aos membros dos grupos sociais, seja como mãe, como esposa ou como sacerdotisa ou mesmo deusa.

No entanto, o desenvolvimento da vida moderna retira este status da mulher e a coloca em pé de igualdade ao homem no que diz respeito a produção de bens materiais para o sustento da família. Agora, não é apenas o homem o provedor material da espécie, mas também a mulher que assume as novas funções sociais. Mas ela não vem desenvolver essa nova tarefa sem interferir com o universo masculino. Ela traz princípios novos que serão a base de uma sociedade rica e produtiva: a espiritualidade e a emoção. Estes princípios são fatores fundamentais para a evolução da espécie e vão gradativamente se inserindo no universo masculino transformando o homem em um ser mais espiritualizado e emocional o que traz outra dimensão à sociedade humana.

A mulher, portanto, tem papel vanguardista nesse processo evolucionário humano hoje, quando traz sua milenar experiência na lida com as coisas do espírito e da emoção. O ser humano antes partido, dividido entre aquele que produz os bens materiais e aquele que tem na emoção e na espiritualidade sua força de vida, reúne-se para formar uma nova humanidade, uma nova espécie mais integrada com os valores tanto materiais quanto espirituais e emocionais.

Infelizmente, muitos homens e mesmo muitas mulheres, ainda não compreenderam este novo estágio pelo qual passa a humanidade, não percebendo a enorme importância para a evolução da espécie do papel da mulher nos dias de hoje e recusa-se a honrá-las como se as deve honrar e as mantém dentro de um antigo paradigma.

Sem sombra de dúvida, a evolução da espécie passará inevitavelmente pela libertação total da mulher do antigo paradigma e pela sua completa individuação como pessoa humana. Portanto, não se trata de festejar apenas uma data, mas sim de festejar o anúncio de uma nova Era.

Firdauz

domingo, 7 de março de 2010

POR QUE POESIA EM TEMPOS DE INDIGÊNCIA?

Nos dicionários encontramos a palavra indigência significando pobreza, carência, falta do mínimo necessário à sobrevivência, sempre numa referência a não satisfação das necessidades básicas do corpo. No entanto, a pergunta acima, me leva a uma reflexão que vai além destas afirmativas dicionárias. A indigência de que o homem padece hoje e talvez sempre tenha padecido é também de cunho emocional/espiritual, é indigência de si mesmo, de carinho e de compaixão para consigo mesmo. É a indigência dos tempos míticos desde nossa expulsão do paraíso.
Em minha visão, no entanto, nós nunca estivemos tão próximos como agora, de uma mudança mais radical do que a que se avizinha, como uma possível volta ao reino paradisíaco perdido.
Sabemos que, tecnicamente, a fome não é mais compatível com o mundo contemporâneo e que a produção de alimentos mundial é mais que suficiente para matar a fome de todos os habitantes de nosso planeta. Então, por que ainda existir este flagelo que mata milhões de pessoas? Por que nós, agora imbuídos de conhecimentos científicos, não resolvemos muitos dos problemas com soluções óbvias, que afligem a humanidade como um todo, inclusive pondo em perigo a própria sobrevivência do planeta?
A resposta é clara. Ela está na necessidade urgente de uma mudança comportamental do ser humano. Uma mudança nos nossos valores, nos nossos hábitos, na nossa capacidade de “enxergar” o mundo como uma entidade viva da qual fazemos parte apenas como uma teia de infinitas relações de interdependência e que ao quebrarmos esta teia, afetamos todo este equilíbrio vivo. Ou seja, estamos agindo de forma tal que desequilibramos a rede da vida pondo em perigo toda a terra.
Uma mudança de valores portanto se faz necessário. Uma mudança espiritual se faz urgente.
E aí entra a importância da poesia nestes tempos de indigência pelos quais passamos, porque é palavra transformada em emoção, em experiência existencial/estética. Uma frase bem escrita, uma reflexão transparente e aberta nos ajuda a compreender o mundo e a nós mesmos a partir de nossa própria vivência. Olhar o mundo com emoção, emocionar-se com um pôr-do-sol ou um nascer-do-sol, com um olhar de uma criança, com o desabrochar de uma rosa é poesia. Perceber a vida como uma cadeia de aconteceres e imaginar-se nesta cadeia, como parte integrante da dança do universo é poesia também. Olhar para o interior de nós mesmos e percebermos a mágica composição de nossa constituição é a poesia da vida. Poder olhar a vida e estaziar-se com sua elegância e beleza é impossibilitar-nos agir contrariamente as leis naturais e mudarmos nossos comportamentos agressivos, anti-sociais e antiéticos. Olhar a vida, portanto, como o poeta olha a palavra, é condição fundamental para que transformemos este planeta num lugar mais habitável, mais humano e mais bonito de se viver. A poesia na verdade, é a nossa essência, é o que unifica todos os povos, nosso bem comum.

Firdauz

segunda-feira, 1 de março de 2010

Nem isto nem aquilo

Geralmente se ouve dizer: aos políticos a política; aos espiritualistas as coisas do espírito. Porém, nada mais enganosa que esta afirmação. O ser humano não é dividido em departamentos, ele é tanto o céu quanto a terra; matéria e pensamento; abstrato e concreto; vida e morte; o agora e o sempre.
Infelizmente, no decorrer de nossa história, fragmentamos nosso ser e passamos a nos comportar como se fossemos seres ou apenas dos céus (e então os espiritualistas se escondem nas montanhas), ou apenas da terra (e nos transformamos em acumuladores frenéticos de bens materiais, como que viciados no verbo ter).
É preciso que compreendamos, que o caminho é para a unidade e que a espiritualidade que tanto buscamos indo aos mosteiros, fazendo yoga, meditação, etc, não está em discordância com questões concernentes a melhora do padrão de vida social, o que implica dizer que não está fora da batalha da discussão sociológica por uma comunidade mais justa e igualitária, mas muito ao contrário, nosso aprimoramento espiritual está intrinsecamente vinculado a melhora da qualidade material de toda a sociedade humana o que corresponde ao grande plano cósmico evolucionário do espírito.

POR UMA NOVA QUALIDADE DE VIDA.

É de manhã, seis horas. Você acordou. Os pensamentos ainda vêm à cabeça de forma lenta e imprecisa. Você ainda esta se desvencilhando do relaxamento provocado pela noite de sono. Estirando o corpo, espreguiçando. Neste momento, você levanta, vai para algum espaço de sua casa onde possa sentar-se confortavelmente, de preferência sobre uma almofada, coloca uma música bem suave e com volume baixo em seu aparelho de som, fecha os olhos e passa a ser observador de si mesmo. Você vai agora observar maravilhoso silêncio interno que reside dentro de você.

Você vai começar observando os seus batimentos cardíacos. As quantas anda seu coração? Sinta seu coração. Depois vai perceber sua respiração: o ar penetrando pelas suas narinas, preenchendo os seus pulmões e saindo novamente, bem docemente. Depois vai sentir os seus pés, as plantas dos pés; será que elas estão bem? Depois as suas pernas, a parte interna das pernas; estarão elas tensas? As coxas, os músculos das coxas; Como você os sente? O abdômen sinta-o relaxando; o tórax, o quanto ele pode estar tenso ou não; a garganta; estará ela arranhada ou não? Os ombros, estes carregam um enorme peso; estarão tensos? (normalmente os ombros guardam muita tensão), os braços, solte-os, deixe-os bem a vontade; as mãos, afrouxe as mãos; os dedos das mãos, relaxe-os bem; e por fim a cabeça, sinta-a bem leve e tranqüila. Tudo isto sem esquecer da sua respiração. A música lhe conduz. A atenção e o relaxamento simultaneamente sempre presentes em você. Neste momento não mantenha nenhuma pre-ocupação. As imagens vêm a sua mente, os pensamentos também vem, você deve permiti-los chegar e permiti-los irem embora também. Não se fixe em nada. Muitas imagens e pensamentos virão. Deixe-os vir e deixe-os partir. Em certos momentos, você sentirá um silêncio, o profundo silêncio que existe bem dentro de você, uma enorme paz e uma sensação de que você é uma pequena parte deste todo da criação, uma pequena partícula, mas uma partícula da maior importância porque você perceberá que esta pequena partícula é parte integrante de todas as coisas vivas que habitam este planeta, você perceberá que somos um só corpo, todos irmanados dentro de um mesmo divino projeto da criação.

Faça isto durante uns 15 a 20 minutos todos os dias e você sentirá uma qualidade nova brotando no seu ser, uma mudança na sua vida, uma nova alegria de estar vivo a partilhar a beleza da criação com todos os outros seres que habitam este nosso belo planeta.