quinta-feira, 29 de julho de 2010

Nossos amigos

Ah se pudesse agora erguer uma taça de vinho da melhor qualidade para brindar com todos os amigos que estiveram próximos a mim. Brindaria a todos eles pelo que me fizeram viver até aqui.
Lembro tantas belezas, tantos sonhos sonhados juntos, tantas brigas e debates. Noites soturnas, indo de um lado a outro em busca de algo que saciasse nossa sede por respostas.
Almas que viviam ao relento, buscando a si mesmas, costurando, pontilhando pensamentos, respostas, dúvidas. Tantas entradas nas madrugadas embriagadas de questionamentos. Sonhos de um mundo poético-musical aberto e livre dos entraves das bandeiras que ousam cercear nosso caminhar. Encontros furtivos para conspirar sobre os novos passos do mundo.
A todos, sem exceção, brindo pela maravilhosa permissão que me deram de passar por suas vidas, permitindo conhecê-los e aprender com cada um de vocês.
Luzes das estrelas são todos os que me trouxeram experiências, sabedoria, vida intensa aprendida com muito prazer e alguma dor.
Brindo ao que me ensinaram sobre o relacionar-se, sobre a poesia, sobre a música, sobre o vento e sobretudo sobre o amor.
Cada aventura, cada entrada nos esconderijos secretos de cada um, cada porrada levada na cara para afiar o peito.
Meus amigos, todos que por mim passaram, são flores de primavera que desafiaram o inverno rigoroso indo fundo no coração de nosso tempo, vivido em graça, elegância e coragem. Muita coragem.
Brindo a todos, e que dos céus desçam nuvens cada vez mais leves sobre nossos peitos eternamente juvenis que buscam sempre entender as maravilhosas perguntas que sempre nortearam nossas vidas tão emocionantemente vividas.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

A dificil arte de meditar

São muitas as pessoas que dizem não conseguir meditar; dizem que não vêem nada; não ouvem nada; não presenciam nada mais senão uma grande confusão, um grande caos no interior; que a mente se torna mais e mais ativa e a ansiedade toma conta da alma. Quando fecham os olhos uma profusão de pensamentos invade o cérebro deixando o corpo inquieto e insatisfeito.

E este é um dos grandes problemas para aqueles que dizem querer aprender a meditar ou que tem necessidade de meditar.

A idéia que fazem da prática da meditação é que ao fechar os olhos da primeira vez, vão entrar em um outro mundo, vão conhecer a si mesmos, torna-se diferentes, mais tranqüilos e mais centrados, que vão entrar no paraíso e relaxar o corpo esgotado das tensões diárias.

E na verdade vão encontrar tudo isso.... E muito mais.

Vão encontrar mais tranqüilidade e paz de espírito. Mas antes vão ter que passar por certas provas que em primeiro lugar é sua própria persistência com relação ao trabalho meditativo que desenvolvem, e em segundo se permitir sentir as novas energias que começam a brotar em sua consciência trazendo compreensão sobre si mesmos, o que deverá facultar, a quem pratica meditação, o direito de desconstruir tudo o que foi construído ao longo dos anos, para nascer uma nova pessoa.

E o que é desconstruir a si mesmo?

Em primeiro lugar é deixar de ter ansiedade sobre a nova prática que realiza deixando as expectativas de lado, e segundo, acreditar que o que está fazendo através da prática da meditação é um trabalho de interiorização, um trabalho alquímico em si mesmo. O mais importante é quebrar com verdades cristalizadas, deixar os julgamentos de lado e apenas observar o que se passa no interior.

E essa é a mais difícil tarefa: deixar de julgar a cerca da experiência antes de vivenciá-la.

É como não formular juízos sobre o novo prato que está a nossa frente somente por causa de sua aparência.

Quando isso acontece, quando nos permitimos vivenciar essa nova experiência livre de pré-julgamentos, quando simplesmente olhamos com olhos frescos essa nova prática que estamos vivenciando, um novo mundo se apresenta, uma nova forma de olhar a vida se apresenta e os olhos passam a ver um mundo de possibilidades.