quinta-feira, 31 de março de 2011

Um pequeno pedido de fim de ano

Quero pedir neste ano que ainda inicia que uma brisa leve penetre no coração das gentes e os transforme. Lhes dê asas de voar bem alto no céu, e voando alto, possam ver o mundo como ele é.
Lá de cima, os pássaros-gente, verão as montanhas e vales embaixo, os enormes e pequenos rios, os oceanos e as grandes ondas do mar. Verão as florestas e muitos animais que nela habitam.
Poderão sentir as correntes de ar e o próprio ar que respiramos.
Perceberão o silêncio e sua profunda sabedoria.
Sentirão as nuvens e nelas brincarão tocando-as, transformando-as, modelando-as.
Poderão ver a diversidade vegetal, os campos, o semi-árido, o deserto e sua magia e as estações diferenciadas que transformam as florestas.
Poderão maravilhar-se com o mundo que temos.
Quem sabe assim, percebendo que não há fronteiras no mundo, acabam com elas; quem sabe assim, percebendo que somos iguais em todos os lugares, não acabam com a fome e com as guerras? Quem sabe se voando como pássaros, não acabam por perceber a idiotice que estamos fazendo ao poluir o solo, o mar e o ar? Quem sabe não maravilham-se com o que temos e vemos e se transformam efetivamente em pássaros contempladores da vida abençoada que poderia ser para todos.

domingo, 13 de março de 2011

Nosso Oriente Médio

É com grande esperança que vejo a rebelião popular ocorrida nos dias de hoje no Norte da África e Oriente Médio contra ditadores que a longo tempo vem roubando o dinheiro público e impedindo o seu povo crescer em participação política.
São movimentos que nos dão a esperança de que ainda podemos fazer alguma coisa para mudar a história humana. São os ideais que se unificam em dado momento para impor um novo ritmo ou uma nova direção a um país, a uma comunidade ou uma aldeia. São estes momentos que mostram o quanto a unidade é fundamental para salvar o nosso futuro humano.
Muitos poderão dizer: ah! Mas isso não é possível ocorrer no Brasil, este nosso país não vai se unir nunca contra as forças retrógradas que nos comandam, o povo brasileiro é apático e não luta pelos seus direitos, etc.. A estes cabe lembrar que os movimentos revolucionários que estão ocorrendo naqueles países, acontecem após 20, 30, 40 anos de ditaduras, após longos anos de opressão e tirania.
Após deixarmos 20 anos de ditadura militar para trás, após muitas lutas e manifestações de rua, muita luta e morte, conseguimos reconquistar o direito de falar e expressar nossa opinião sobre a vida política do país; conseguimos afastar do poder os generais responsáveis pelos grandes desatinos ocorridos e que até hoje repercute no modo de ser de milhares de jovens brasileiros que não conhecem nossa história. Mas como está sendo demonstrado agora naqueles continentes, não há mal que sempre dure e ainda vamos virar o jogo, ainda vamos à rua expulsar do poder político, homens que não possuem condições de exercer o comando de uma nação por causa de suas práticas espúrias, antidemocráticas e principalmente pelo fato de visarem apenas o seu bem pessoal. Ainda vamos expulsar do poder homens que desatinados, empurram milhões de compatriotas para a miséria em nome de seu bem patrimonial; ainda vamos expulsar do poder aqueles que nos fazem ser campeões em atos de corrupção, aqueles que tornam nossa educação uma das piores do mundo, ou que nos conduzem a uma concentração de renda brutal deixando milhões sem as mínimas condições de sustentar seus filhos.
Ainda existe esperança de que grandes ou pequenos políticos brasileiros, presidentes, prefeitos ou vereadores, empresários ou funcionários públicos sejam efetivamente punidos por crimes que retiram do bolso da grande maioria do povo o dinheiro necessário para o sustento da família.
Ainda tenho a esperança de que um dia nossa população não possa mais ver cenas de crianças pedintes, de pais desempregados ou pessoas desprovidas do necessário para viver sem que se indigne e lute contra este estado de coisas. Ainda existe esperança de um Brasil mais justo e melhor.