segunda-feira, 25 de abril de 2011

Uma pequena história

Era uma vez uma linda menina que gostava muito de viajar.
Viajava pelos rios. Grandes e pequenos. Ia pelas margens. Via pássaros e jacarés, onças e tamanduás, peixes de todos os tamanhos e sonhava vendo as nuvens no ar.
Viajava e passava por vários lugares, pequenos ou grandes, vilas de pescadores ou cidades de comerciantes.
Quando cansava de navegar, parava e ficava e ali pousava. Sempre guarita encontrava. Uma porta aberta, gentes, com quem trocava risos e sonhos, emoções e canções, corações e reflexões.
Depois partia, ia em direção ao rio que sua alma sorvia. O rio limpava seu espírito, enxaguava seu pranto, trazia a existência do silêncio e a alegria da solitude. O rio era sua vida. Seu encanto, sua beleza e leveza.
Um dia a menina parou em uma cidade, pequena, simples e bonita, pelo menos para o seu coração juvenil. Uma porta se abriu, a acolheu, tornou-se essencial, fundamental, excepcional. E ali se deixou ir ficando. Foi ficando. A cidade tornou-se o próprio rio, o barco, o vento, a descoberta. Foi ficando e indo, indo e ficando, ali, descoberta, coberta de tudo. Fez e refez tudo, várias vezes, tentativa e erro, acertos, felicidade e tristeza, vida completa.
Até que um dia a menina se foi. Foi para as nuvens, navegar no céu, foi para o mistério sem fim, brincar de descobrir, sempre, eternamente, ir, indo, indo, lindo.
Deixou saudades para quem a viu.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Ser rebelde

Eu proponho rebelião a todos os espíritos que se sentem aprisionados por Maia, a ilusão.
Eu proponho aos espíritos inconformados, uma viagem ao seu interior, à sua essência, e de lá voltar consciente de seu próprio Ser.
Eu proponho aos espíritos rebeldes e buscadores, encontrar as mais profundas perguntas e delas extrair suas respostas pessoais, únicas e intransferíveis.
Possuir a capacidade de indignar-se, de inconformar-se com o que está dado é condição de todo ser humano, é característico do humano, e é essa essência que se busca extrair, principalmente dos mais jovens, quando se exige apenas a repetição de padrões comportamentais envelhecidos, que não apresentam ressonância nas consciências.
Rebelião, quando tem sua origem na indignação e na busca de perguntas e respostas que nos humanizam, é ato abençoado porque é humanização daquele que se vê forçado a repetir padrões de comportamento em todos os níveis de vida em detrimento daquilo que ainda não sabe ser sua própria essência.
A forma de dominação que prevalece nas sociedades modernas é a padronização do humano em sua forma de pensar, ser, buscar, querer tornar-se.
Os veículos de comunicação estão sempre a postos para nos fazer crer que devemos ser assim ou assados de acordo com os interesses daqueles que querem vender algum produto ou alguma idéia. Essa dominação tenta impor a nós o que devemos pensar, como devemos ser, onde devemos ir e respondem até porque devemos ir aonde nos mandam ir. A padronização mental é ato espúrio porque tenta nos fazer crer que a vida social é assim como está e sempre assim será. Visa tornar-nos conformistas ante as brutais formas de dominação.
Chamo, portanto, pelos inconformados, pelos rebeldes, pelos sonhadores, por aqueles que sabem que é possível ser um humano único, diferente, indivisível, criativo, vivo, no meio de tantos robôs sem vontade própria que nos rodeiam.