domingo, 8 de novembro de 2009

Um pouco da História do Tibet

1949 - A recém criada República Popular da China anuncia que irá "libertar o Tibet dos invasores estrangeiros e reintegrá-lo à terra-mãe". Naquela época, havia 6 estrangeiros no Tibet. Em 1950, as tropas comunistas começaram a ocupar a região e, em 23 de maio de 1951, o governo chinês impôs um "Acordo pela Libertação Pacífica do Tibet". Como esse documento, chamado de o "Acordo de Dezessete Pontos", foi assinado sob pressão e forjado pelas autoridades chinesas, ele não tem nenhuma validade; se o Tibet fosse realmente uma parte inseparável da China, não haveria a necessidade de um "acordo". O Dalai Lama refugia-se então no Sikkhim e volta a Lhasa no momento em que a questão tibetana é estudada pela primeira vez na ONU.

Durante 10 anos, o Dalai Lama procurou uma solução pacífica. No dia 10 de março de 1959, milhares de pessoas protestaram contra a invasão chinesa, resultando num massacre de 82 mil tibetanos na capital do Tibet.
A noite, fugindo disfarçado de guarda, vai para Índia onde lhe é dado asilo político. Em torno de 87.000 refugiados tibetanos o seguiram. Hoje são mais de 115.000 refugiados no exílio. Em 1960, estabelece residência em Dharamsala, Índia, conhecida co-mo Pequena Lhasa, onde monta a sede do Governo Tibetano no Exílio. Em nome da "libertação pacífica", 1,2 milhão de tibetanos (quase 20% da população) já morreram. Dos 6.254 monastérios, apenas 13 foram preservados; outros 4 foram transformados em presídios. Milhares de tibetanos foram enviados para campos de trabalho forçado. Bibliotecas com manuscritos centenários foram incendiadas. Praticantes do budismo foram blasfemados, ridicularizados e torturados. "


Entre 1960 e 1965, a ONU estuda novamente a questão tibetana, que resulta em três resoluções pedindo à China respeito aos direitos humanos dos tibetanos e ao seu desejo de auto-determinação.Uma constituição democrática foi promulgada em 1963, baseada nos princípios budistas e na Declaração dos Direitos Humanos, como um modelo para um futuro Tibet livre. O Tibet, além de ser riquíssimo em minerais, tem grande importância econômica e geopolítica. Devido a sua posição estratégica, 25% dos mísseis intercontinentais da China foram transferidos para lá, incluindo cerca de 70 mísseis nucleares. O ecossistema tibetano, apesar de ser muito rico, é extremamente frágil. Praticamente toda a Ásia Central depende de rios que nascem no Tibet. Cerca de 80% das florestas tibetanas foram destruídas e diversas espécies animais correm risco de extinção. Certas regiões são usadas como depósito de lixo nuclear. E mais de 16 artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos estavam sendo violados. Os tibetanos são discriminados em todos os aspectos e não possuem as liberdades fundamentais; quem se manifesta contra a ditadura comunista é duramente repreendido. O simples ato de conversar com um estrangeiro pode ser motivo para uma prisão.Há mais de 1.100 presos políticos no Tibet. Segundo a Anistia Internacional, muitos desses prisioneiros políticos (incluindo dezenas de prisioneiros de consciência) foram detidos sem acusação ou julgamento. Relatos consistentes indicam que os prisioneiros têm sido sistematicamente interrogados, torturados e maltratados. Os métodos mais utilizados pelos oficiais chineses incluem:

• choques elétricos nos genitais, na boca e na sola dos pés;• marcação com pás em brasa;• dreno de sangue;• queima com água fervente;• espancamentos constantes com pedaços de pau e de ferro;• uso de algemas, correntes e cordas para manter os prisioneiros de cabeça para baixo e em posições bastante dolorosas;• exposição prolongada a temperaturas extremas;• privação de comida, água e sono.

Já foram enviadas muitas delegações tibetanas à China e ao Tibet, sem resultados. Em 1985, o Dalai Lama apresentou, em Washington, o seu Plano de Paz de Cinco Pontos: a designação do Tibet como uma zona de paz, o fim da transferência em massa de chineses para o Tibet, a restauração dos direitos humanos fundamentais e das liberdades democráticas, e o abandono pela China do uso do Tibet na produção de armas nucleares e como depósito de lixo atômico. S.S. insiste em negociações sinceras sobre o futuro do Tibet e sobre as relações entre os povos tibetanos e chinês."

Em junho de 1988, em Estrasburgo, França, o Dalai Lama aperfeiçoa o Plano de Paz de Cinco Pontos e propõe a criação de um Tibet democrático auto governado, "em associação com a República Popular da China". Enfatiza que "qualquer que seja o resultado das negociações com a China, a autoridade decisória de última instância deve ser do próprio povo tibetano.

"Em 2 de Setembro de 1991, o Governo do Tibet no Exílio declara a "Proposta de Estrasburgo" inválida em função da reação negativa dos líderes Chineses.
Muito tem sido tentado desde então, com muitas pessoas e instituições preocupadas com a persistente violação dos direitos humanos no Tibet, tema de vários relatórios da Anistia Internacional."
"Em 1995, o 14º Dalai Lama reconheceu o menino tibetano Gedün Chökyi Nyima como o 11º Panchen Lama. O governo chinês apontou outro menino e seqüestrou Gedün por "motivos de segurança"; ele é o prisioneiro político mais jovem do mundo, segundo a Anistia Internacional.O holocausto sofrido nos últimos 40 anos pelo Tibet sob o domínio chinês incluindo a morte de 1,2 milhões de tibetanos, a destruição de 6.254 monastérios e a completa eliminação da sociedade tradicional, é uma vergonha para a humanidade.Não sómente um acordo do ano de 821, comprova a separação política dos territórios do Tibet e da China. O idioma, a legislação, a etnia e a religião são provas cabais de que o Tibet era um país independente.

2008. A China, após 6 décadas de domínio feroz sobre a Tibet, sedia as Olimpíadas, graças à confluência dos governos de metade do mundo “civilizado”, interessados que estão no rico mercado da China com seus mais de 1,3 bilhões de consumidores, e/ou de trabalhadores quase escravos.

Muitos países cogitaram um boicote internacional. Mas, nas palavras do Dalai Lama, encontrou-se o equilíbrio por parte de muitos atletas que aceitaram a idéia e participaram dos jogos. Seria, e está sendo, uma forma de se mostrar ao mundo os intestinos podres do governo Chinês, e a opressão deste sobre bilhões de corações e mentes.

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