Certas palavras saem da boca, desordenadas, taxando e espezinhando a alma de quem fala.
Palavras são vãs, saem pelo fluxo da respiração, por vezes calmas e arredondadas, por vezes ferozes e pontiagudas.
Dependem apenas do fluxo da respiração.
Saem da emoção, do momento. Traduzem sentimentos diversos, passageiros, como passageiro é o momento em que são ditas.
Sob o influxo da situação vivida, frases são ditas sem exatidão, o gesto é realizado sem a certeza de si mesmo. E cai em desgosto, posto que forte demais.
Os mecanismos de análise, o cérebro, os conceitos, a moral, tudo é secundário quando o ímpeto juvenil desanda a produzir gestos “manietados” pelo fluxo constante e feroz dos sentimentos.
E as palavras são vãs. Dissolvem-se no ar.
E é bom que assim seja. Não importa que sejam falsas ou verdadeiras.
Os sentimentos não são bons aliados das melhores palavras.
Tenham, portanto, compaixão por alguém que fala apenas pela boca e solta palavras que sentimos soltas no ar.
Firdauz
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
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