Estamos arriscando tudo. Esta é uma Era de risco, o mais profundo risco pelo qual toda a humanidade jamais passou. Estamos em uma Era decisiva. Das decisões que tomarmos hoje, será o destino do ser humano para um mundo melhor ou para o que há de pior.
Idéias, milhões de idéias se cruzam neste momento no mundo movendo-o em várias direções. Antigos valores foram despedaçados pela força brutal do que chamamos desenvolvimento. Tudo que impedia o comércio e a produção em larga escala foi afastado do caminho. O mundo tornou-se unificado pelo poder financeiro e uma nova mentalidade chegou: competitiva, individualista e científica. Moderna. Os valores iluministas instalaram-se definitivamente no poder. A escolha que até aqui fizemos foi de cada um por si. E é o que continuamos a ensinar no contexto social global. A competitividade é estimulada ao paroxismo e nada importa além dela.
Pouquíssimas pessoas têm tudo enquanto bilhões não tem nada ou tem muito pouco. Exaure-se o planeta na busca incessante de matéria prima para produção de bens. Escravizam-se todas as outras espécies existentes em busca do lucro. O planeta pede socorro.
A espécie humana, dita como a mais inteligente que esta terra já viu auto devora-se levando consigo tudo ao seu redor. A necessidade de colocar o pé no freio deste frenesi desenvolvimentista faz-se mais que necessário; é urgente.
Qual o sentido deste caminhar? Para onde estamos indo?
O que estamos querendo dizer quando espoliamos um país e o levamos à miséria? Quando vemos pedintes passar ao nosso lado e nos recusamos a olhar? Quando vemos crianças desnutridas, sem família, expostas a todo tipo de privações e violência? Quando vemos a fome matar cotidianamente milhares de pessoas enquanto temos mais que suficiente para nós mesmos?
O que estamos querendo dizer quando devastamos as florestas, quando poluímos os rios, quando torturamos as outras espécies em benefício próprio? O que queremos dizer quando nos colocamos como senhores absolutos de todo reino animal, vegetal e mineral, barbarizando-os e não satisfeitos com isso, tiranizando a nos mesmos?
Onde estamos indo?
Para muitos, não há destino, não existe propósito na existência, não existe um fim determinado, uma idéia primordial. Caso não exista, deve então existir um propósito individual, uma vontade de fazer algo pelo outro, de mudar e melhorar o lugar onde vivemos, de plantar mais flores para que possamos ter o mais belo de todos os lugares.
Não há necessidade de matar o próximo, de competir acirradamente com o outro, de possuir até não poder mais, de morrer pelo ato insano de não saber viver em harmonia com o que está ao nosso redor.
Caso deus não exista no céu, deve existir um deus que flui de nossa interioridade, que pode conduzir nossos passos na construção de uma vida mais tranqüila, mais fácil, mais prazerosa, afinal estamos todos aqui neste pequeno pedaço de terra contido neste vastíssimo universo sem ter para onde ir, a não ser para dentro de nós mesmos em busca de ser feliz.
Precisamos parar um pouco e meditar sobre isso!
Firdauz
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