Para os Hindus, a vida é feita de uma matéria chamada alegria, chamada de a Lila de Deus. Para eles, tudo brinca no universo. Tudo são sons de alegria e vida. As borboletas que giram no ar brindando à criação universal, os pássaros cantando, as árvores bailando ao vento, as estrelas cintilando, as nuvens esvoaçando e toda criação festejam a vida ao doce som de uma flauta.
E nós seres humanos? Festejamos também a vida? Nós, tidos como o pico da criatividade universal, estamos celebrando a vida?
Sim, festejamos. Nossas festas religiosas, nossas festas sazonais, nossas festas de aniversário, nossas comemorações esportivas, etc, demonstram isso.
No entanto, ainda não aprendemos a festejar, a nos alegrar pelo simples fato de estarmos vivos, apreciando e partilhando este fabuloso espetáculo chamado vida. Ainda não festejamos sem motivo algum aparente este espetáculo. Ainda precisamos de motivos exteriores a nós mesmos para sentirmos a alegria ou felicidade, ainda precisamos alterar nosso estado de consciência nos utilizando de bebidas alcoólicas ou outras drogas para alcançarmos o prazer de viver. Ainda é rude nossa forma de celebrar a vida a ponto dessa celebração muitas vezes se situar bem na fronteira da dor.
A alegria sutil, a alegria meditativa, a alegria que vem de dentro de nós mesmos, aquela que não possui procedência definida, aquela alegria que está em nós e que repentinamente nos toca sem motivo algum, mas pelo simples fato de existir dentro de nós, esta alegria inerente aos pássaros que cantam para festejar a existência ou das flores que simplesmente exalam seu perfume para ninguém em especial, a alegria das nuvens que brincam nos céus ou de um bebe que simplesmente sorri para a vida sem nada pedir em troca; essa alegria inocente que simplesmente brota de nenhum lugar definido é que precisamos deixar florescer dentro de nós espontaneamente como forma de agradecimento pela existência.
A alegria que chega de um estado de consciência meditativa, que parte de dentro para fora, que chega devido ao deslumbramento pelo que existe, esta alegria que existe sem motivo algum ainda precisamos aprender a vivenciar.
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