quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Na hora da morte

Na hora de minha morte

Quero olhar no fundo de mim

E dizer que valeu a pena!


Quero lembrar das sementes

Que plantei neste solo fértil

E lembrar dos olhares que abracei

E dizer obrigado por te conhecer



Quero estar alma aberta

E sorrir encantado

Pelos presentes que dei e recebi



Lembrar que conheci

Outros mares

Outras terras

E tantas outras pessoas



Quero sentir vontade de sorrir

Sorrir e sorrir por tudo que passei

Pelas horas mal dormidas

Pelo sono excessivo

Pela fome de amor



Quero lembrar das estrelas que vi

Em tantos lugares mágicos

E agora as verei mais perto ainda



Quero lembrar dos alimentos

Que saciaram minha fome

E agradecer-lhes a generosidade



Adorarei pensar nos animais

Que vi nascer

E me acompanharam nesta jornada

E olhar com compaixão aqueles

Que ainda não os amam

Por pura ignorância



Quero estar em estado de prece

E agradecer a maravilha

De ter passado por este planeta

Com o qual contribui parcamente



Quero olhar a todos no rosto

E fazê-los lembrar

A importância da felicidade

A preencher nossos corações



Estarei ouvindo música

Aquelas das quais sempre gostei

E gostarei



Vou dizer adeus

Com alma plena de vida

Agradecido ao universo

Pela obra divina

De ter me dado novamente

A oportunidade da vida



E nesta hora

Deixarei apenas uma única lágrima

De saudade e de tristeza

Por todos aqueles

Que não pude ajudar

A compreender a benção

E a oportunidade

De estarem vivos

E não terem aprendido a viver.

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