terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Por um novo vir-a-ser

Quando nos pusermos a pensar sobre o mundo que vivemos, devemos pensá-lo através da luz da consciência e não através da moral, dos costumes, dos pré-julgamentos, da lógica egóica, ou da mente que tudo fragmenta. Não podemos pensá-lo através dos pequenos valores mundanos herdados de um contexto social carregado de discriminações e desejos forjados ao longo dos anos.
Olhar o mundo através da consciência é olhar ao redor e perceber as sutis relações que estabelecemos ao viver com todos os seres que habitam este planeta. É maravilhar-se com a vida pelo que ela é: imprevisível, sem propósito algum aparente, muito dissociativa individualmente, mas essencialmente coletivista histórica e sociologicamente.
É necessário que se olhe o mundo não através de nossos pequenos pareceres, considerando-o como um espelho de nós; mas através dos olhos da criança que se deslumbra com o presente, que sofre em função dos desconhecimentos e chora as frustrações, mas acima de tudo, entrega-se para ser acariciada pelas mãos paternais.
É necessário que se rompam as cortinas da separatividade imposta por uma mente individualista e busque-se compreender que todos nós temos uma mesma origem, um mesmo destino e que de nossas ações depende este nosso planeta.
Olhar o mundo como um grande condomínio cuja responsabilidade administrativa cabe a todos nós. Desenvolver em nós uma consciência de coletividade, de respeito ao outro, de fraternidade e acabar de vez com os mesquinhos conceitos etnocêntricos que só nos separam e nos forçam a pensar o outro como agressor e inferior porque diferente de nós.
Olhar o mundo como uma unidade.
Não existem fronteiras que possam delimitar nossa curiosidade em conhecer nosso grande condomínio chamado terra. Sentir-se no direito de ter cidadania universal porque nos somos seres nascidos no planeta e esta é nossa casa.
Buscar desenvolver em nós o sentimento de cuidar deste chão e de todos os seres que nele habitam. Deixar de nos considerar únicos ou os favoritos de deus e por isso com direito de usar a nosso bel prazer de todos os outros viventes do planeta.
Nós humanos, desenvolvemos, por alguma razão que desconhecemos o poder de criar, de transformar e de amar profundamente. Somos seres em constante processo de vir-a-ser, não nascemos acabados, mudamos. E hoje, temos consciência deste fato. Portanto, é preciso que direcionemos este nosso vir-a-ser no caminho da comunhão, da paz e da harmonia entre nós mesmos e com os outros viventes do planeta.

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