terça-feira, 14 de setembro de 2010

Para Meditar

Como viver sem parar por uns momentos durante o dia para podermos observar a nós mesmos?
Como viver sem sentir o coração pulsando, o movimento dos braços, das pernas; sem sentir o próprio ser que caminha pelo dia?
Como viver sem olhar para onde estamos indo? Para o que estamos fazendo? Sem reverenciar a nos mesmos e aos outros pelos desafios cotidianos que enfrentamos?
Como viver sem olhar para dentro a permitir que o vazio cresça dentro de nós e a presença do que é divino se faça sentir?
Como é possível viver apenas para o lado de fora sem buscarmos o necessário equilíbrio que é encontrado somente quando usamos nossa sensibilidade, nossa interioridade?
É no silêncio interior, que cresce quando paramos de correr e fechamos nossos olhos, que percebemos a grandeza das coisas, a sutil música da existência, a paz e a felicidade que tanto almejamos.
É no silenciar da mente que nos deparamos com a beleza das coisas que nos rodeiam porque, somente assim, temos a experiência direta do sentir sem as muralhas julgadoras do pensamento.
É no silenciar da mente que conseguimos compreender nossa própria existência, nossa razão de ser, nosso delírio, nosso propósito, a divindade que também reside em nós; a música celestial que recobre nosso planeta e a nós mesmos.
Sem silenciarmos a mente, mesmos que por uns poucos momentos, é impossível sentirmos o perdão, a sabedoria, a vocação inerente a todos os seres humanos para o amor.
Silenciar a mente, portanto, não é um luxo, uma atitude de elite, uma ociosidade ou um momento de devaneio, é uma necessidade do espírito que precisa ser ouvido em sua tão infinita beleza e sabedoria. Uma jóia que nos dá força, coragem, energia, discernimento e amor para o profundo ato que é viver.

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