terça-feira, 30 de novembro de 2010

A cidade, nossa criação

“Que homem é o homem que não torna melhor o lugar onde mora?”
Com essa pergunta, Balian, traduz sua perplexidade diante daqueles que nada fazem pelo lugar onde moram.
E esta é a nossa perplexidade também. Seabra, pequena cidade da bela Chapada Diamantina, Bahia, se torna dia após dia, um lugar pior para se viver. Ruas esburacadas e sem arborização, praças quebradas e sem jardins, rios sujos e degradados e lixo jogado nos mais variados cantos da cidade.
O que estamos construindo para nós? Queremos ratos, baratas, pernilongos e outros insetos nocivos co-habitando em um mesmo espaço conosco?
Por que não considerar a cidade como a própria extensão de nossas casas? Nosso quintal? Nosso jardim?
Por que se isolar atrás de quatro grandes muros quando podemos ter todo um espaço exterior onde podemos partilhar com outros as belezas do lugar onde vivemos?
A riqueza do lugar onde habitamos não está nos grandes prédios que podemos construir ou na quantidade de carros e casarões que uma cidade possa possuir. Não, esta riqueza se encontra na qualidade de nossas ruas e praças, na qualidade do ar que respiramos ou da água que bebemos, na qualidade dos lugares aprazíveis que construímos ou se encontra no sentimento de pertencimento ao lugar que pouco a pouco vamos criando.
Uma cidade, como uma casa, é um ato de criação, um ato, portanto, divino, pois é divina nossa capacidade de criar e transformar o ambiente onde vivemos. E como toda criação, a cidade é reflexo daqueles que a habitam. E aqueles que a habitam mostram, através de sua criação a sua relação com o que é divino.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Faça um comentário